sexta-feira, novembro 15, 2024
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Vazamento em frigorífico: especialista explica o uso da amônia na indústria

Embora seja bastante incomum no cotidiano da maior parte da população, a presença do gás amônia é uma constante na maioria dos sistemas de refrigeração industrial no país. No caso dos frigoríficos, por exemplo, este gás atua em um processo de resfriamento e umidificação, que contribui para que a carne não resseque e mantenha suas características. “Dentro de um frigorífico, é preciso refrigerar as câmaras que acondicionam a carne. Para isto, o gás amônia é o responsável por resfriar a água que mantém temperatura e umidade dentro das câmaras”, explica o engenheiro químico Sérgio Lobato Moreira, conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará (Crea-PA).

A amônia na sua forma gasosa é incolor e bastante tóxica, com um odor forte. No entanto, a simples exposição a uma baixa concentração de gás não pode, por si só, causar intoxicação. Os sintomas respiratórios que levaram trabalhadores do Frigorífico JBS, em Marabá, aos hospitais indicam que houve a liberação de uma alta concentração do composto químico no ambiente.

“É um gás lacrimejante. Na hora que você sente o contato com o gás amônia, você começa a lacrimejar instantaneamente, pode ter queimaduras e até evoluir para cegueira. Na pele também há uma irritação muito forte porque é uma substância extremamente alcalina. Pode provocar queimaduras. É um efeito similar, embora um pouco mais brando, ao da soda cáustica”, compara o conselheiro. “Mas o maior perigo está na inalação, porque esse é um produto muito agressivo. Se um indivíduo inala grandes quantidades, pode chegar a fechar a glote e a pessoa tem grandes dificuldades de respirar, pode até morrer”.

Apesar dessas características, o manuseio do gás amônia é considerado bem simples, desde que seja feito respeito regras gerais de segurança. São procedimentos que incluem utilização de equipamentos de proteção individual, como máscaras, óculos, luvas, roupas e sapatos específicos para o trabalho com agentes químicos. No entanto, mesmo tomando todos os cuidados, o especialista afirma que perdas de pequenas quantidades do gás são corriqueiras em casas de máquinas, por exemplo, mas nada que represente um risco real de intoxicação.

“O recipiente que guarda o gás amônia é, em geral, bem selado. Dificilmente, ocorre vazamento se houver manutenção adequada. O que provavelmente aconteceu foi um rompimento na tubulação que transporte esse gás pelo sistema. Mas é muito difícil ocorrer um vazamento abrupto. Normalmente, nessas leves perdas que se dão durante o processo, se consegue sentir no ar o cheiro característico da amônia”, conclui o engenheiro químico. 

Fonte: Pará – O Liberal.com 

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