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Jovem com paralisia cerebral, em São Miguel do Guamá, conclui Ensino Médio e quer cursar Filosofia

Uma vez por semana, Lucas Raphael Nobre Saldanha, de 17 anos, vem com a mãe dele, a dona de casa Alexandra Nobre, do município de São Miguel do Guamá, no nordeste do Pará, até o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, para fazer tratamento médico. São duas horas de viagem. Lucas nasceu prematuro de cinco meses, com um quadro de paralisia cerebral que compromete a coordenação motora dele (membros superiores e inferiores). Ocorre que essa deficiência não paralisou o rapaz, que no dia 21 de dezembro concluiu o Ensino Médio, com direito à formatura na Assembleia de Deus em São Miguel do Guamá. Essa formatura reforçou, inclusive, o vínculo entre Lucas e a irmã Luna, de 6 anos de idade. 

Isso porque Luna concluiu o ABC (Alfabetização) na escola IMEI Abelhinha, passando para o 1º ano do Ensino Fundamental, e se formou no dia 14 de dezembro de 2023, em cerimônia no Espaço Cacau Show. O paraninfo de Luna foi Lucas, definido por ela mesma. Na ocasião, Lucas entregou o anel de formatura à irmã e dançou com ela, dança registrada em vídeo que viralizou nas redes sociais. E, então, no dia 21, agora, Lucas teve Luna como paraninfa na conclusão do Ensino Médio, após ter estudado na Escola Estadual Frei Miguel de Bulhões.  

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Lição

“Eu nunca vou esquecer esses dois momentos que os meus filhos me proporcionaram este ano”, afirma Alexandra Nobre. Ela conta que aguarda pelo resultado das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), para o curso de Filosofia. O rapaz pretende, depois, fazer especialização em Filosofia Política. “Para uma pessoa com deficiência, conseguir estudar já é uma conquista, uma vitória, imagina concluir o Ensino Médio. É toda uma luta pela inclusão, e quando o Lucas começou a estudar, eu disse que ‘meu filho não vai ser bibelô de sala' (ficar isolado na turma de alunos)”, destaca Alexandra.

[[(com.atex.plugins.image-gallery.MainElement) Foto: Arquivo Pessoal]]

O jovem é um estudante estudioso, do tipo “cdf”, como revela a mãe, e isso desde o começo da vida escolar. A irmã Luna pretende atuar como médica veterinária e sempre dá força ao irmão nas viagens de carro cedido pela Prefeitura de São Miguel do Guamá para o tratamento dele em Belém. Lucas tem consulta neuroloógica a cada seis meses na Unidade Demétrio Medrado, da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Ele precisa fazer uma cirurgia na coluna vertebral, por causa de uma escaliose que atinge os pulmões e o intestino.

Mãe e filhos dão uma lição de amor à vida. A família vive basicamente com um salário mínimo (benefício recebido por Lucas), mas nunca se entrega aos desafios. Até porque, como revela Alexandra, Lucas costuma dizer que “desistir nunca foi e não é uma opção!”. Contatos para contribuições: 98838-0074.
 

Fonte: Pará – O Liberal.com 

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