As mucuras são frequentes em diversos lugares, sendo praticamente “residentes” em algumas casas, mas para algumas pessoas, elas são visitantes indesejadas. Embora possam causar incômodo, esses animais desempenham um papel crucial na cadeia alimentar e no ecossistema. Portanto, se você se sentir incomodado com a presença desse animal, é importante não matá-lo, pois isso constitui crueldade e é considerado um crime contra um ser indefeso.
Durante o período de janeiro a março deste
ano, a Gerência de Proteção e Manejo da Fauna da Agência Municipal do Meio
Ambiente (Amma) de Goiânia realizou o resgate de nove gambás na área urbana da
capital. Esse número é considerado significativo em comparação com o total de
36 animais da mesma espécie recolhidos ao longo de todo o ano de 2020.Leia também:Mucura morre atropelada e filhotes são resgatados pela políciaMucura é pega após tentar se esconder
O órgão ambiental está extremamente
preocupado com a falta de informação que leva as pessoas a erroneamente
eliminar esses animais, sem compreender a sua importância para o equilíbrio do
meio ambiente.
“Ao se deparar com uma mucura, que tem
aparência semelhante a um rato gigante e aparenta agressividade, algumas
pessoas optam por eliminá-la. No entanto, é fundamental compreender o seu papel
na natureza”, afirma Caritha Faria Marques, gerente de proteção da Fauna
da Amma e especialista em zootecnia. Caritha explica que as mucuras desempenham
um papel crucial no equilíbrio ambiental, pois auxiliam no controle de
carrapatos, escorpiões, baratas e roedores. Além disso, como possuem
preferência por frutas, elas atuam como dispersoras de sementes de espécies
arbóreas, auxiliando na sua germinação. Outra característica interessante é que
essas espécies são imunes ao veneno de algumas serpentes, como a jararaca e a
coral.
A gerente da Amma destaca que os saruês,
também conhecidos como mucuras, são atraídos para dentro das residências devido
à disponibilidade de alimentos no quintal, como frutas e restos de comida nas
lixeiras. Esse comportamento tem se tornado mais comum nos últimos anos devido
ao desmatamento nas áreas próximas às cidades. Os saruês são animais de hábitos
noturnos e, por isso, são mais frequentemente avistados durante a noite. Embora
na natureza prefiram se abrigar em tocas, nas áreas urbanas eles procuram
locais mais escondidos, como os forros das casas.
Em 24 de fevereiro, a veterinária Isabela Saddi Barbosa, da equipe de resgate da Amma, foi chamada a uma casa no Jardim Goiás, próximo à Marginal Botafogo, devido a barulhos noturnos no quintal. Ao chegar lá, encontraram a mãe dos filhotes morta, com sangue na boca. Dois dos filhotes sobreviveram e foram cuidados e alimentados antes de serem encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do IBAMA.
O Cetas de Goiânia recebu em 2020
um total um total de 108 mucuras entregues por equipes de resgate da Amma e do
Corpo de Bombeiros Militar. Depois de ganharem cuidados, eles voltaram para a
natureza.
Mau odor não é da Mucura
Isabel Saddi explica que muitas
vezes as pessoas reagem negativamente ao gámba, temendo o
“fedorzinho”, cuja representação
caracteristica é comum em desenhos animados.
O odor que é produzido por
glândulas anais e pode ser expelido até a 3 metros de distância,não é do gambá.
O “gás fedido” é o mecanismo de defesa do cangambá ou juratataca ou
ainda doninha fedorenta. Confundido com a mucura, é um mamífero omnívoro muito
peludo e apresenta manchas brancas no dorso e no rabo.
Fonte: DOL – Diário Online – Portal de NotÍcias