Ao participar, nesta quarta-feira (10), do evento “Faça Bonito” de enfrentamento a crimes sexuais contra a criança, organizado pela Polícia Civil do Pará, no auditório da Delegacia Geral, a irmã Henriqueta Cavalcante, integrante da Comissão Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Instituto de Direitos Humanos Dom José Luis Azcona, destacou que os casos desse tipo de violência contra esses cidadãos aumentam no Pará. A irmã Henriqueta e o delegado geral Walter Rezende enfatizaram a necessidade de as pessoas denunciarem esse tipo de crime para a Polícia. Denúncias podem ser feitas por meio dos telefones 100, 181 ou 190.
“A violência sexual no Pará é uma realidade gritante, devido ao aumento de crianças violentadas por familiares, e crianças sendo foco de exploração sexual; é uma realidade que nos preocupa, por isso que nesses dias serão dias intensos de atividades para que a gente possa alertar a população da importância da denúncia; denunciar é a base para se enfrentar o problema”, afirmou irmã Henriqueta.
A maior parte dos caosos dessa violência ocorrem no ambiente familiar, por pessoas próximas às crianças. Irmã Henriqueta observou que os casos de violência sexual contra crianças e adolescentes no Estado. “Para combater essa situação, tem que investir em formação, em informação e ações preventivas”, completou.
O delegado geral Walter Rezende destacou que o evento desta quarta-feira (10) faz parte de um processo de a Polícia Civil se qualificar para combater esses delitos tão graves na sociedade. Salientou que ser decisiva a troca de experiências entre as instituições que atuam na rede de prevenção e combate a esses crimes. Como orientação aos pais e responsáveis por crianças e adolescentes, o delegado Walter Rezende observou que “certamente que o Estado (Poder Público) faz a sua parte, investigando, agora é importantíssima a atuação da família, que cada um que tenha a responsabilidade com a criança, com o adolescente também ficar atento, ficar alerta com relação a redes sociais, às amizades, ou mesmo na escola, porque o perigo está em todo lugar, está rondando, infelizmente isso faz parte da convivência humana, e é importante que todos se unam, que esta rede de proteção possa cada vez mais estar fortalecida para atuar”.
Subnotificação
A médica legista Mariana da Silva Ferreira, do Instituto Médico Legal do Estado de São Paulo, compartilhou a experiência paulista com os profissionais do Pará e vice-versa. Nesse sentido, Mariana expressou ser preocupante “a grande subnotificação, a gente precisa estimular as denúncias, esclarecer as famílias, escolas, trazer informação de qualidade para que eles possam identificar e tomem providências em relação à violência “.
O diretor da Polícia Científica do Pará, Celso Mascarenhas, destacou que a corporação atua de forma integrada com a parte investigativa. Nesse sentido, a Polícia Cientifica adotou espaços humanizados, acolhedores, para o atendimento às vítimas. “As vítimas primeiramente têm de ser tratadas na parte de saúde, psicológica e, depois, a gente faz o atendimento humanizado no IML em consultórios novos para esse serviço”, arrematou.
O evento”Faça Bonito” integra as ações da Polícia Civil no “Maio Laranja”, mês dedicado ao enfretamento da violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil. A programação contou com a participação de policiais civis que atuam em frentes investigativas de crimes praticados contra grupos vulneráveis nos estados do Pará (PA) e no Distrito Federal (DF), além de peritos criminais das polícias científicas dos estados do Pará (PCEPA) e de São Paulo (PCESP).
Confira orientações para prevenir e combater essa violência contra crianças e adolescentes:
– Os pais devem conversar com as crianças a respeito de partes íntimas, partes corporais, ensinar sobre as partes do corpo e sobre o que pode e não pode acontecer com seus corpos para que elas sejam capazes de identificar o abuso.
– Estabelecer um laço de confiança para que a criança possa contar aos pais caso algo de errado esteja acontecendo.
– Deve-se buscar informações sobre onde denunciar, buscar ajuda especializada.
– Os pais não devem se omitir diante da violência, ou seja, denunciar sempre.
Fonte: Pará – O Liberal.com