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Cemitério indígena é descoberto em Anajás, no Arquipélago do Marajó (PA)

Um sítio arqueológico, identificado até agora como um cemitério indígena, acaba de ser descoberto no município de Anajás, no Arquipélago do Marajó, no norte do Pará, como informou, nesta quinta-feira (19), o professor Aldomir Menezes. Ele é mais conhecido como Doca Menezes e atua como secretário de Administração desse município. Ainda nesta quinta, Doca Menezes comunicou o fato a técnicos do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), sediado em Belém.

Doca Menezes reside em Anajás e conta como tomou conhecimento da descoberta. “Hoje (19) pela manhã, fui procurado pelo professor  Rossimar Nóbrega, pertencente à Secretaria de Cultura do município, para me certificar que moradores da localidade denominada Pedras tinham encontrado varios utensílios indígenas no leito do rio. Essa localidade fica a uns 40 minutos em viagem de lancha da cidade. Nesse período de verão, as águas baixam, assim secando parte do rio e igarapés dessa localidade, assim de maré seca, esses moradores tinham achado vários utensílios indigenas no fundo do rio”, relata o secretário.

Foram feitas fotos do material encontrado. No caso, pedaços de cerâmica típica do Arquipélago do Marajó, confeccionada por indígenas. A identidade marajoara está umbilicalmente relacionada aos costumes dos povos originários. Tanto que o nome do município de Anajás deriva da nomenclatura do povo indígena Anajás. Esse povo foi quem povoou a parte central do Marajó.

Sem perder tempo, Doca Menezes entrou em contato com o professor Leonardo Lopes, do Museu Emílio Goeldi.”Ele ficou de entrar em contato com o Iphan (Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), a fim de tomar as decisões a respeito”, informa Doca.

Vigilância

Segundo o secretário municipal, a pessoa que entrou em contato com a Secretaria de Cultura foi orientada a conversar com os moradores, para que não mexam e nem deixem saquear o cemitério indígena, até a chegada dos órgãos competentes.

Em Anajás, já foram encontrados vários cemitérios indígenas, “pena que foram saqueados por pessoas que conhecem a importância das peças arqueológicas e venderam no mercado negro”, como pontua Doca Menezes. 

Conhecimento

Em nota nesta quinta-feira (19), o Museu Goeldi comunicou posição sobre a descoberta do material arqueológico em Anajás. “O Museu Paraense Emílio Goeldi, ao receber informações de que foi encontrado material arqueológico, sempre orienta aos cidadãos que informem a existência ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, obedecendo o que está previsto em lei”.

“O Museu Goeldi tem total interesse em ampliar o conhecimento sobre a ocupação humana no Marajó, estudar o material encontrado e a área de onde provém. A equipe de Arqueologia está à disposição para prestar assessoria especializada ao IPHAN e aos moradores do Marajó”, complementa o Museu Goeldi.

 

Fonte: Pará – O Liberal.com 

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