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Casos de tuberculose aumentam 9,57% em um ano, no Pará; confira como prevenir

Em 2021, foram registrados no Pará 4.563 casos de tuberculose, seguidos de 5.000 em 2022 e, em 2023, até maio, 1.583. De 2021 a 2022, os casos aumentaram 9,57%. Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e indicam a gravidade da incidência dessa enfermidade no país. Para combater esse cenário, na terça-feira (9), em solenidade na sede da Organização Pan-Americana de Saúde, em Brasília (DF), o Governo Federal instalou o Comitê Interministerial para Eliminação da Tuberculose e de outras Doenças Socialmente Determinadas. Esse comitê é coordenado pelo Ministério da Saúde e atuará para que o Brasil consiga concretizar a meta de reduzir a incidência de tuberculose para menos de dez casos por 100 mil habitantes e o número de mortes inferior a 230 por ano, até 2030. 

O comitê reúne representantes de nove ministérios e visa  eliminar, como problema de saúde pública, as doenças: malária, hepatites virais, tracoma, oncorcercose, esquistossomose, geo-helmintíases (parasitárias intestinais), filariose e doença de Chagas, que acometem parcela da população mais vulnerável. Na cerimônia de lançamento do comitê, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, disse que essa frente irá debater a inclusão de novas tecnologias no Sistema Único de Saúde (SUS), enfrentamento do estigma, prevenção, diagnóstico, cuidado, tratamento, educação e assistência social. “Há pesquisas que dizem que essas doenças deveriam estar no rol de condicionalidades para receber auxílio”, afirmou. As informações são da Agência Brasil.

Políticas de saúde

O comitê ainda vai trabalhar para eliminar a transmissão da Doença de Chagas congênita, sífilis congênita, durante a gestação; hepatite B e HIV. O governo brasileiro se compromete a reduzir a incidência de tuberculose, HIV/Aids e hanseníase, até 2030, conforme metas estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou que essas doenças estão intrinsicamente ligadas à falta de acesso às políticas de saúde. “Doenças endêmicas que persistem em nosso país, porque no nosso país persiste a desigualdade”, afirmou.

Em relação ao HIV/Aids, estima-se que, atualmente, um milhão de pessoas vivam com o vírus no Brasil. Destas, 900 mil conhecem o diagnóstico. A partir desse cenário, o objetivo é ter 95% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas, 95% em tratamento e, dessas, 95% com carga viral controlada.

Atendimentos

Como repassa a Sespa, para o atendimento à doença os serviços de referência são qualquer unidade de saúde municipal (atenção primária). Já para referências Secundárias e Terciária é o Hospital Universitário João de Barros Barreto – HUJBB, em Belém, e a Unidade de Referência Especializada (URE) Ismael Araújo, em Santarém, no oeste do Pará.

Belém

De acordo com levantamento da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), Belém registrou, de 2021 a 2023 (até agora), 3.370 casos novos de tuberculose. São 1.447 em 2021; 1.467 em 2022 e 456 em 2023.

No total de 2021 até agora em 2023, incluindo casos novos, recidiva, reingresso após abandono, transferência, pós-óbito e outros, são 4.177 casos, envolvendo 1.797 em 2021, 1.834 em 2022 e 546 em 2023.

Orientações

A médica pneumologista e professora da UFPA, Lúcia Helena Sales, presidente da Associação Paraense de Pneumologia e Tisiologia, “a tuberculose é doença infecciosa e contagiosa que se propaga de pessoa a pessoa por meio de partículas provenientes das vias aéreas, durante a fala, espirro ou tosse de pessoas com tuberculose ativa nos pulmões ou na laringe”.

O principal sintoma é a tosse que persiste por duas semanas ou mais, com ou sem secreção. Nesses casos sempre se deve procurar o médico para esclarecer este sintoma. Pode também haver ou não febre, perda de peso e escarro com sangue. “A doença atinge todas as idades, pois vai depender do contato próximo com alguém doente (com a tuberculose) que não esteja tratando. Há maior chance de desenvolver a tuberculose nos fumantes, nos cidadãos com resistência baixa (imunossuprimidos, desnutridos, em tratamento para câncer, com AIDS), crianças de até 5 anos, idosos”, observa a médica. 

A causa dessa enfermidade é uma bactéria (um bacilo) que tem na sua estrutura componentes que dificultam sua destruição naturalmente pelo organismo ou por antibióticos comuns. No caso, o Mycobacterium tuberculosis.

Prevenção  

“A prevenção é a vacinação quando bebê (previne formas graves da doença), além do tratamento completo dos doentes para barrar está cadeia de transmissão. Lembrando que toda vez que alguém for tossir, espirar, deve cobrir sua boca para não transmitir o bacilo caso tenha a doença (muitos casos existem mas não estão ainda diagnosticados, ou seja, a própria pessoa não sabe q tem a doença), enfatiza Lúcia Sales. 

O tratamento consiste no uso de quimioterápicos via oral que são fornecidos pelas Unidades Públicas de Saúde: duração de seis meses com uso diário de comprimidos a depender do peso do paciente (em média quatro comprimidos durante dois meses e dois comprimidos durante mais quatro meses), não podendo haver interrupção para o sucesso desse tratamento. 

“Caso haja interrupção no tratamento, o bacilo poderá tornar-se resistente a drogas, o que vai ser um complicador: o paciente em questão continuará a transmitir a doença e desta vez podendo transmitir para outras pessoas próximas (da família principalmente) uma bactéria resistente. Neste caso, o tratamento precisará de maior tempo para finalizar com êxito e com drogas injetáveis inclusive”, finaliza a pneumologista.

Fonte: Pará – O Liberal.com 

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