Augusto Melo é candidato da oposição à presidência do CorinthiansDivulgação
A eleição que definirá o próximo presidente do Corinthians acontecerá no dia 25 de novembro, quando são esperados cerca de quatro mil sócios patrimoniais e remidos para escolherem um candidato para gerir o clube nos próximos três anos: 2024, 2025 e 2026.
Nesta matéria, o iG Esporte ouviu o candidato Augusto Melo, que já foi parte da situação, mas concorre à presidência pela oposição pela segunda vez. A entrevista com o concorrente da situação, André Luiz Oliveira, mais conhecido como André Negão, você confere neste link.
Confira as propostas e projetos de Augusto Melo caso o mesmo seja eleito presidente do Corinthians:
Prioridade como presidente do Corinthians
– Temos bons projetos, mas o nosso maior sonho é o aumento da capacidade da Neo Química Arena. Queremos o corinthiano de volta, a nossa arena lotada, queremos o povo de volta ao Corinthians e parar de ficar sangrando esse torcedor. O Corinthians tem que voltar a ser protagonista e trazer grandes empresas como parceiros e investidores. Com o aumento da capacidade, eu loto a Arena e dou visibilidade para esse meu parceiro, que terá uma garantia de retorno, pois todos eles sabem que a nossa torcida é a maior, mais consumista e estamos na região mais rica do país e essa Arena lotada dará esse retorno.
Quero trabalhar para o torcedor, porque é ele que vai tirar a gente dessa situação. O que seria isso? Levá-lo para dentro da nossa Arena, aumentando a capacidade. Se nós tínhamos 10 mil lugares móveis (para a Copa de 2014) de cada lado, por que hoje não pode fazer seis mil ou seis mil e quinhentos de cada lado em alvenaria? Tirando a cadeira da sul, porque é a mesma visibilidade da norte, aí já abaixo o valor do ingresso.
Venho visitando ONGs, comunidades, e dentro desse projeto serão 1.500 ingressos para crianças e famílias carentes em todos os jogos. Não queremos formar apenas novos corinthianos, mas também cidadãos. Queremos ter essa inclusão social muito maior. Também levaremos uma vez por mês o time profissional para treinar na Fazendinha (Parque São Jorge) para agradar os nossos sócios e arrecadarmos alimentos para que possamos distribuir nas comunidades.
Qual é o caminho do retorno ao protagonismo?
– Com uma gestão técnica, ter um presidente que conheça esse tipo de trabalho porque há alguns anos o Corinthians vem deixando de ser protagonista nesse sentido. Nós tínhamos um dos melhores departamentos que era o CIFUT e deixamos ele de uma certa forma acabar. Queremos investir forte nesse departamento, monitorar atletas não só a nível Brasil mas também sul-americano. Muito jogador hoje é contratado por indicação, referências – não, nós queremos acompanhar por scout, que é isso que fomos buscar na Europa, tentar entender como esses grandes clubes fazem em termos de scout e com isso implantar dentro do Corinthians, com inovações, pessoas técnicas, qualificadas e que possam voltar a ser um time para ganhar tudo.
Valorização da base e venda de atletas formados no clube por valores considerados ‘baixos'
– Nós somos um dos clubes mais procurados para avaliação. Isso pode dizer porque trabalhei por lá por cerca de dois anos. Ganhamos tudo o que você pode imaginar em termos de base, tínhamos uma gestão de pessoas que conhecia, que questionava os treinadores e essa é a vantagem que a gente tem. Quando assumimos a base do Corinthians tinham atletas em que o clube apenas detinha 5% dos direitos econômicos, o resto era dividido entre empresários e outros clubes. Um jogador formado na nossa base terá que ter 100% dos seus direitos ligados ao Corinthians. O que esse jogador necessita? De uma chuteira, celular, a família às vezes de um aluguel, emprego. De cerca de 220 atletas que temos na base, apenas três ou quatro sobem. Queremos aumentar esse número todo ano.
Toda contratação, não só de base mas também como no profissional, o nosso torcedor irá ficar sabendo quanto o Corinthians está pagando, qual a porcentagem está ficando com o clube, qual a comissão que esse empresário está levando e se vai ficar alguma porcentagem para o clube de origem. Tudo será muito bem explicado, é uma das inovações que vimos na Europa para dar credibilidade e transparência verdadeira.
O Corinthians pode aderir a SAF?
– Sou completamente contra. Temos a maior torcida do país e uma das maiores do mundo, estamos na região mais rica do país e é muito fácil saírmos dessa situação desde que tenha uma gestão profissional. Hoje praticamente temos receita e deficit equacionados. O que precisa é de um bom gestor, que saiba gastar e vender, comprar e paga, porque é isso que temos que voltar a sermos no mercado, bom pagadores. Qualquer presidente que sentar hoje naquela mesa e não fizer nenhuma besteira o Corinthians crescerá sozinho de tão grande é a nossa torcida. O Corinthians jamais precisará virar uma SAF, sou contra e pelo menos na minha gestão não vou deixar isso acontecer. Ao contrário, nós vamos equacionar a nossa receita e vamos deixar um Corinthians melhor.
Qual é o projeto com Mano Menezes?
– Fizeram alguns cortes tentando me criticar em relação ao Mano, onde disseram que eu não trabalharia com ele, mas eu jamais fui contra o Mano, contra o profissional Mano, ao contrário, é um grande treinador, tem história no Corinthians, sabe montar time.
Dentro de um planejamento que estamos fazendo para três anos, pois não quero um planejamento só para atletas e comissão técnica, eu quero também para empresas e elas querem garantia de retorno, nós não pensávamos no Mano como profissional, nós temos um projeto de trazer a identidade do Corinthians de volta, contratar atletas com as nossas características, aguerrido, que dá carrinho, suor, sangue, é isso que nós queremos, é isso que a torcida gosta. Não tem nada com o profissional, nossa ideia é rejuvenescer nosso time, fazer uma reestruturação. Quem não pensava no Mano, aliás, eram eles (oposição), quem veio a público e isso está gravado que não trabalharia com o Mano são eles, não o Augusto Melo. Eles contratam dessa forma, não vou rasgar dinheiro, não vou trabalhar com vaidade no Corinthians. O Mano se Deus quiser vai bem, vai conseguir a maior pontuação no Brasileiro para termos torneios e receitas garantidos. Aí, em caso de vitória, sentamos e conversamos sempre pensando no melhor para o Corinthians.
Futuro de veteranos da equipe
– Cássio e Fagner têm contrato até o final de 2024 e estão nos nossos planejamentos. Temos esses atletas (em fim de contrato) que vamos avaliando até o final do campeonato, os que têm condições de render pelo menos mais um ano nós estaremos verificando isso, mas o que queremos é uma reformulação, rejuvenescer, precisamos de atletas mais novos para que tragam receitas para o futuro.
Não teremos a venda de um atleta como primeira opção de receitas. Pelo contrário, nós queremos ter receitas com parceiros pontuais, camisas, placas, para que não haja a necessidade de vender atletas como é feito hoje. O Corinthians precisa voltar a ser bom vendedor. De que forma? Se o atleta tiver uma multa rescisória ele apenas sairá por esse valor. Menos que isso não vai sair. Principalmente essa garotada que subiu agora e foi vendida a preço de banana. A hora que eles estávamos dando frutos, tiraram eles. Como você pode cobrar uma ação de um treinador que quando ele começa a encaixar o time você tira peças dele e não repõe? O atleta precisa de um tempo de maturação para ter um valor ainda muito maior.
Futebol feminino
– O que está bom nós vamos estruturar para que fique melhor ainda. O nosso futebol feminino (Corinthians) é um dos melhores do mundo, são meninas guerreiras, que venceram por si própria não tendo uma estrutura necessária, ao contrário da nossa gestão, que daremos uma estrutura fantástica. Elas hoje precisam de um departamento para elas, algo que nós queremos. A partir do momento que eu levar toda a garotada para o CT integrado com o profissional, eu deixo a base atual hoje só para as mulheres, com uma estrutura somente para elas e já buscando grandes parceiros para melhorar salários, condições, porque tenho certeza que o Corinthians feminino vai crescer ainda mais.
Mudanças no marketing?
– Fomos procurar o que tem de melhor no mercado, já temos prontos esses pilares que é o marketing, o jurídico, financeiro, que é o pilar de qualquer grande empresa. Fomos montar isso primeiro para conseguir nos estruturar. O nosso maior ativo é o nosso torcedor. É ele que dá qualquer retorno para qualquer grande empresa. Então teremos o marketing muito próximo ao nosso torcedor.
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