Um filhote de peixe-boi-amazônico resgatado no dia 4 de setembro por moradores de Santa Bárbara, na Grande Belém, tem sido acompanhado pelos profissionais do Centro de Reabilitação de Animais Selvagens (Cetras) da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). Por conta da convivência em decorrência dos cuidados que ele necessita, o animal acabou sendo batizado pelos veterinários. Chamado carinhosamente de Elvis, o peixe-boi tem recebido recebido tratamento especial para que, em breve, retorne à natureza.
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Por enquanto, o pequeno órfão está recebendo alimentação a cada duas horas, período em que seria amamentado pela mãe na natureza. Segundo a veterinária do Cetras Karoline Araújo, o peixe-boi precisa ser amamentado pela mãe até os dois anos, idade em que já tem condições de buscar alimento sozinho.
“É uma reabilitação longa e difícil, porque a mãe fica com ele por muito tempo. Então, agora esse animal vai precisar permanecer em cativeiro até que possa ir se acostumando a se alimentar sozinho, passar para áreas maiores e, só então, ser solto, mas em espaços monitorados”, lamenta.
Quando foi encontrado pelos moradores de Santa Bárbara, Elvis não estava apartado da mãe. De acordo com Karoline, pelo fato da gestação de um peixe-boi gerar somente um filhote, cada animal é muito valioso.
“A gestação de um peixe-boi dura 12 meses e enquanto a fêmea está cuidando do filhote ela não reproduz, ou seja, a mãe fica anos cuidando desse animal até que ele possa se tornar independente, só assim ela pode entrar em fase de reprodução novamente”, explica.
O peixe-boi-amazônico é considerado uma espécie “vulnerável”, segundo a classificação da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional Para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). Vulnerável é quando a espécie apresenta riscos de entrar em extinção na natureza, exceto se as circunstâncias que ameaçam a sua sobrevivência e reprodução melhorem. As principais ameaças atualmente são a perda de habitat por ações humanas, a caça e captura acidental em redes de pesca.
Fonte: Pará – O Liberal.com