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Hipertensão: Pará registra aumento de mais de 18% em internações por causa da doença em um ano

No Pará, como informa a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) houve aumento de 18,57% no número de pacientes com quadro mais grave que necessitaram de internação, entre 2021 e 2022. Esses números abrangem: em 2021, foram 2.536 internações; em 2022, 3.007 internações; em 2023, foram 394 internações até fevereiro.

Em 2022, o Estado do Pará apresentou o total de 894.382 pessoas hipertensas, de acordo com pesquisa do MS, com base em dados de atendimentos feitos na atenção primária do Estado, ou seja, pessoas que, em algum momento, procuraram uma unidade de saúde dos 144 municípios. Desse total, 3.007 foram internados em 2022. Entre janeiro e fevereiro, foram 394 internações. 

No Brasil

Nos últimos dez anos, segundo o Ministério da Saúde (MS), a taxa de mortalidade por hipertensão arterial no Brasil atingiu o maior valor dos últimos 10 anos: total de 18,7 mortes por 100 mil habitantes em 2021. Esse n levantamento foi feito com base nos dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) para o ano de 2021.

A partir de 2020, houve um aumento significativo na taxa de mortalidade pela doença. Saiu de 12,6 mortes por 100 mil habitantes em 2019 para 17,8 em 2020. Entre os anos de 2011 a 2018, essa taxa manteve-se relativamente estável, não excedendo 13 mortes por 100 mil habitantes e variando entre 11,4 e 12,4. De acordo com o SIM, entre 2010 e 2020, foram registradas 551.262 mortes por doenças hipertensivas, sendo 292.339 em mulheres e 2 58.871 em homens. Os três estados com maior taxa de mortalidade em 2020 são: Piauí, com 45,7 mortes por 100 mil habitantes; Rio de Janeiro, com 44,6 por 100 mil habitantes, e Alagoas, com 38,8 por 100 mil habitantes.

Noturna

A jornalista Camilla Delduque, 44 anos, moradora do bairro de Nazaré, achava que toda hipertensão era igual até maio, quando foi diagnosticada com hipertensão noturna. “Internei com fortes dores de cabeça e os médicos descobriram que parte era de tensão e a dor na nuca da pressão alta”. A dor, ela explica, vinha acompanhada de um suor excessivo que a fez cortar o cabelo, que viviam molhados.

“Durante o sono minha pressão fica elevada (chega a 19×10) e sou considerada de caso mediano. Não é uma subida leve da pressão arterial. Como eu não tomava medicamento algum e antes do diagnóstico tomei remédio para hipertensão de dia, à noite tinha mais dores de cabeça”. O médico explicou a essa paciente que 60% dos hipertensos o são o dia todo, 40% durante o dia e só 10% à noite.

Com várias causas

Como explica o médico cardiologista e professor Antonio Monteiro, especialista em Clínica Médica, com atuação no Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, membro titular da Sociedade Brasileira de Cardiologia, a hipertensão é uma doença crônica, não transmissível, causada por diversos fatores  genética, enrijecimento das artérias, alteração renal e outras) e se caracteriza pelo aumento da pressão arterial acima do limite considerado normal quando aferida por meio de aparelhos médicos e de forma correta. Pode acometer pessoas de qualquer idade, sendo mais comum em pacientes acima de 40 anos. 

Em termos técnicos, a doença é caracterizada por elevação persistente da pressão arterial (PA), ou seja, PA sistólica “máxima” quando maior ou igual a 140 mmHg e/ou PA diastólica “mínima” quando maior ou igual a 90 mmHg, em pelo menos duas consultas, na ausência de tratamento para hipertensão. Em algumas situações específicas podendo usar exames mais avançados como por exemplo a Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA).

“Não existe sintomas específicos, é uma doença que pode ser completamente assintomática. Dores de cabeça, tontura, visão escurecida pode ser relatada por alguns pacientes, porém a maioria deles não apresenta um sintoma específico”, acrescenta o médico Antonio Monteiro.

Cardiologista Antonio Monteiro alerta para a prevenção à hipertensão (Foto: Divulgação)

Fatores de risco

Entre os fatores de risco para a doença figuram idade e histórico familiar, ou seja, algum parente de primeiro grau com esse diagnóstico; obesidade, consumo de álcool em excesso, tabagismo, dieta rica em sódio, sedentarismo, estresse, ser portador de diabetes e diversos outros que podem aumentar os níveis de pressão nas artérias. “Eu diria que o estresse constante e a falta de atividade física são alguns dos fatores de risco que são menosprezados pelo paciente. O sedentarismo e uma vida agitada tem sido comum no dia a dia das pessoas, o que acarreta diversas doenças, inclusive, a hipertensão”. enfatiza o cardiologista.

As principais consequências de uma pressão arterial alta e não tratada são lesões de órgão alvos, podendo levar o paciente a um quadro de insuficiência cardíaca “coração fraco”, infarto e arritmias, cegueira, acidentes vasculares encefálicos (derrame), disfunção vasculares que podem causar por exemplo impotência em pacientes do sexo masculino. Tais consequências são graves e podem inclusive levar a morte.

“Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo tenham hipertensão. No Brasil, a hipertensão também é um problema de saúde significativo. Dados do Ministério da Saúde indicam que a prevalência de hipertensão arterial no país é alta, afetando aproximadamente 25% da população adulta. Essa taxa é semelhante à média global. No Pará, apesar de não haver dados consolidados, estima-se que um em cada quatro paciente é portador de hipertensão arterial. É um problema crescente em muitas partes do mundo, devido ao envelhecimento da população, mudanças nos hábitos alimentares e estilo de vida sedentário”, destaca o médico.

Sobre a hipertensão noturna, Antonio Monteiro destaca que “naturalmente é esperada uma redução da pressão arterial à noite, ao dormir, principalmente por redução de hormônios que elevam a pressão arterial, como o cortisol, mas, em algumas pessoas essa redução não é visualizada, ou até apresentam elevação da pressão arterial”. 

Não existe cura para a hipertensão, mas, sim, tratamento e controle. Como tratamento, a pessoa deve mudar de hábitos relacionados à doença, como a obesidade, sedentarismo, tabagismo, excesso de bebida alcoólica e alimentação inadequada, além do uso de medicação. Como prevenção, é decisivo praticar atividade física regular, ter alimentação saudável, cessar o uso de cigarro e álcool e, se for o caso, controlando o diabetes. A pressão arterial deve ser aferida pelo menos uma vez ao ano por um profissional em consulta médica.

Fonte: Pará – O Liberal.com 

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