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Troca de informações contribui para a inclusão da pessoa com autismo

O menino Arthur, de 9 anos de idade, cursa o 4º ano do Ensino Fundamental, mora com os pais no bairro da Pedreira, e é uma pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). A interação da criança com os genitores tem sido facilitada em muito pela troca de informações que vem se dando na sociedade, em escala mundial, nos últimos anos. Por meio do repasse de informações entre órgãos públicos, entidades, empresas e indivíduos em geral, a inclusão de cidadãos com autismo cada vez mais ganha corpo na sociedade. Tanto que o tema da campanha 2023 em escala mundial é justamente esse “Mais informação, menos preconceito”.

“Essa troca de informações relacionadas a pessoas com autismo me dá segurança para a convivência com o meu filho, me ajuda a ter um direcionamento nas ações, então, é muito importante”, ressalta Clioneyde Romano Nascimento, 44 anos, mãe de Arthur. 

Ganhos

Ela é carinhosamente chamada de “Branca” e dá como exemplo um benefício proporcionado pela troca de informações o fato do desfralde do filho (suspensão do uso de fraldas). Essa ação ocorreu aos três anos de idade do garoto. Ele tinha atraso na fala, e, assim, não indicava que queria fazer xixi ou cocô. “No caso de uma criança com autismo, o desfralde fica mais desafiador”, salienta “Branca”. “Então, a partir das informações, o desfralde do Arthur foi o meu primeiro ganho, porque mães que já tinham passado por isso repassaram informações e isso faz toda a diferença”, acrescenta.
 
Um segundo ganho para Arthur e “Branca” foram as Atividades da Vida Diária (AVD), o que não é pouca coisa, pois engloba sentar à mesa para as refeições, tomar banho de forma sequencial, passear, como se adaptar ao ambiente da escola e outras. “Eu ingressei no Grupo Mundo Azul em 2018, e hoje já consigo repassar algumas informações úteis para outra pessoas, é uma troca permanente”, observa “Branca”.

Essa mãe aponta que um suporte funcional é ter um quadro de rotina indicando a sequência de aulas e atividades, o que facilita à pessoa com autismo se estruturar. “A sociedade tem informações muito distorcidas e preconceituosa com relação ao autismo, e, como diz uma amiga minha o especto (TEA) é um leque de caracteres, então temos de nos aprofundar no conhecimento sobre o assunto”, pontua. Como destaca, muitas pessoas subjugam o autismo como superdotação, mas a hiperlexia (aprender a ler cedo) pode ser uma característica do TEA. “Falar sobre autismo todos os dias ajudar a incluir cada vez mais”, arremata.

Diminuir o preconceito

Para a psicóloga Eduarda Coutinho, mãe de um casal de filhos, sendo um deles, o Matheus, de 7 anos, com autismo, “é muito importante falarmos sobre autismo, pois é por meio da informação que vamos conseguir diminuir o preconceito; e esse preconceito acarreta muito sofrimento para as famílias e para as próprias pessoas autistas”.

Os primeiros casos estudados sobre autismo começaram na década de 1930, sendo o psiquiatra austríaco Leo Kanner responsável por identificar o primeiro caso nos Estados Unidos, como relata Eduarda Coutinho, integrante do Grupo Mundo Azul.

Mitos 

“Existem dois mitos sobre o autismo que são muito comuns. Um deles é que o autista vive em seu próprio mundo, o que sabemos que não é real. Eles vivem no mesmo mundo que nós vivemos. Só que muitas vezes precisam de adaptações para conseguir ter uma melhor qualidade de vida. Outro mito é que todo autista é um gênio, o que também não é verdade, cada autista é único, tem suas potencialidades e suas dificuldades, como qualquer pessoa”, explica Eduarda.

O Grupo Mundo Azul existe desde 2018. Atualmente, tem quase 500 integrantes. Funciona via Whatsapp e reúne mães, avós, tias, irmãs e esposas de pessoas autistas, com o objetivo de acolher, trocar informações e vivências. Mas o principal objetivo do grupo é lutar pelos direitos dos autistas. Contatos são feitos via Instagram @grupomundoazul.

Fonte: Pará – O Liberal.com 

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