O Pará possui 27 espaços colaborativos de trabalho, mais conhecidos como coworking. O número coloca o estado em segundo lugar dentro da região Norte, atrás apenas do Amazonas, que possui 34 unidades deste tipo de negócio. Os locais estão virando uma tendência e, em todo o Brasil, a média de lucro anual já passa dos R$ 114 mil, superando em 6,5% a marca pré-pandêmica de 2018, quando os ganhos foram de R$ 107 mil.
O levantamento faz parte do Censo Coworking 2023, desenvolvido pela Woba, e mapeou o comportamento dos espaços. No Brasil, a pesquisa mostra que houve um aumento de 63% nas aberturas dessas empresas entre 2019 e 2023, totalizando mais de 2,4 mil negócios. Os dados sugerem, ainda, que esse modelo de ambiente está se mantendo financeiramente viável, mesmo quando o faturamento é modesto.
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O coworking surgiu para suprir as necessidades de muitos empreendedores que estão começando e oferece um espaço compartilhado de trabalho que conta com diversas áreas em comum, como refeitório, auditório, salas de reunião e recepção, ou seja, todos os recursos são divididos. As despesas gerais também podem ser compartilhadas. No mercado, há planos que atendem a todas as necessidades dos clientes.
Empresária diz que sente aumento de interesse por parte do público
Ely Ribeiro, dona de um coworking voltado para potencializar o protagonismo feminino dentro dos espaços de negócios, localizado no bairro de Nazaré, em Belém, explica que nota o crescimento de uma necessidade geral de ensinar o público sobre os benefícios do trabalho compartilhado – devido ainda ser recente a expansão deste tipo de empreendimento. Para isso, ela conta com estratégias didáticas.
“Explicamos que o coworking foi inicialmente concebido como um espaço aberto para profissionais autônomos, freelancers e empreendedores que buscavam um ambiente de trabalho flexível, com networking e colaboração entre os membros. O objetivo é oferecer uma alternativa aos escritórios tradicionais e proporcionar uma comunidade de trabalho para aqueles que costumavam trabalhar isolados em casa ou em cafés”, diz.
O trabalho desenvolvido foca em ajudar as mulheres a entender como potencializar cada negócio. “Nosso propósito é o de impulsionar mulheres rumo ao sucesso nos negócios e na vida. Temos mesas para que a mulher trabalhe sozinha, mas em ambiente compartilhado. Temos mesas para reuniões de 3, 6, 8 e 20 mulheres. Alugamos ainda o espaço completo para realização de treinamentos, Congressos e Encontros de Mulheres”.
Negócio surgiu no auge da pandemia
Ely conta que a ideia inicial era uma rede social para divulgar os empreendimentos femininos durante a pandemia. Porém, com a demanda, abriram o coworking feminino, totalmente voltado para fazer a mulher se sentir bem durante o trabalho. “Os valores estão dentro do mercado e a mulher pode vir trabalhar aqui num turno, por exemplo, pagando 25 reais pelas 4 horas, ou 40 reais o dia todo”, pontua.
“Temos internet com ótima velocidade, cafezinho, um ambiente acolhedor e sempre a possibilidade de ampliar a rede de contatos por conta dos encontros que acontecem inevitavelmente entre as utilizadoras do espaço. Temos ainda valores de mesas para 6 pessoas, o espaço completo. Eu sonhava em fazer um espaço onde as mulheres pudessem se sentir mais à vontade para falar dos seus medos e pudessem aprender juntas”, finaliza.
Trabalho independente é facilitado, afirma fotógrafa
A fotógrafa Alexandra Tavares, de 27 anos, destaca inúmeros benefícios adquiridos ao longo dos dias em que optou por trabalhar em um espaço compartilhado. Entre eles, a manutenção de uma boa rotina dentro do formato independente de atendimento que ela desenvolve. “No meu caso, pagar pelo aluguel de uma sala não é uma opção viável, então o espaço de coworking entra como uma opção perfeita pra mim”, afirma.
“Primeiro, porque posso escolher se quero trabalhar ao ar livre ou fechada em uma sala, consigo também estar em lugares diferentes, conhecendo outras pessoas, trocando ideias e construindo um bom networking, o que faz com que meu trabalho flua melhor. Senti que essa liberdade me levou a uma produtividade maior e com gastos pequenos. Pelas opções que a cidade apresenta, hoje, acredito que existam vantagens financeiras”, relata.
Vantagem financeira
O fato de não precisar de um compromisso fixo com uma sala, o que geraria muitos gatos, e, ainda assim, ter um espaço para poder trabalhar, é considerado “um alívio no bolso”. “Acredito que até mesmo para quem quer ter uma sala fixa existem essas vantagens financeiras, já que você paga o somente um valor pela sala e as outras coisas já vem inclusas”, frisa Alexandra.
O uso do CNPJ do espaço para emitir nota fiscal também é outro benefício que a fotógrafa pontua, junto com “a liberdade de poder só usar umas horas, um dia, uma semana, escolher o ambiente, se precisar de uma sala de reunião, tem, se precisar de estúdio fotográfico para um trabalho específico, tem também. Fora os eventos que, às vezes, esses espaços oferecem, te dando a possibilidade de expandir não só conhecimento como networking”.
Fonte: Pará – O Liberal.com