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A beleza e importância de criar produtos sustentáveis

O Brasil é o quarto maior consumidor de produtos de beleza e higiene no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos (EUA), China e Japão, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abiphec), em pesquisa divulgada em 2021.Como a sustentabilidade vem se mostrando um caminho sem volta, neste cenário surgem os cosméticos limpo – livres de substâncias químicas e petroquímicas. O movimento “Clean Beauty”, como também é conhecido, vem criando novas oportunidades de mercado e engrossando a adoção de hábitos sustentáveis.Conteúdos relacionados:Sustentabilidade convida leitor a se preparar para a COP 30 Indústria sem poluição: conheça as iniciativas sustentáveis A empreendedora e idealizadora da marca de cosméticos veganos e artesanais ‘Eulauea’, Laura Fernandes, de apenas 21 anos, iniciou a produção artesanal para uso pessoal, principalmente por não ter acesso econômico aos produtos de grandes marcas. Foi após amadurecer o trabalho manual e ser incentivada por amigos, em 2018, que o Eulauea nasceu.Quer ver mais notícias do Pará? Acesse nosso canal no WhatsApp.Hoje, a jovem considera que as pessoas estão cada vez mais preocupadas com o consumo consciente e buscam alternativas naturais. Sinal disso, segundo Laura, é a crescente onda de empreendimentos do nicho nas cidades da região Amazônica. 

  “No território amazônico cresce muito a quantidade de empreendimentos de cosméticos veganos e artesanais, então é visível que existe um grande público interessado nessas produções e consumindo. A pandemia trouxe uma preocupação maior acerca do consumo de produtos mais limpos e naturais. Acredito que esse mercado só tende a crescer aqui e ao redor do mundo”, acrescenta.Fortalecendo a avaliação de Laura, ainda segundo estudo da Apibhec, cerca de 40,2% dos consumidores optam por comprar produtos de beleza e de cuidados pessoais que usam ingredientes naturais, respeitam o meio ambiente (17,6%), usam produtos reutilizáveis (7,9%) e embalagens recicláveis (15,8%). A digitalização dos negócios também foi exponencial durante a pandemia e contribuiu para expandir o segmento.CONSCIENTIZAÇÃONesse embalo, o que já foi considerado uma tendência de ‘beleza sustentável’, se consolida ainda mais na indústria de cosméticos com responsabilidade social e ambiental. Mas para além do lucro, empreendedores desse segmento também influenciam consumidores no que diz respeito à educação sobre consumo consciente e redução da quantidade de lixo produzido com produtos de beleza e higiene pessoal.Na vitrine virtual da loja, no Instagram, além de vender os produtos que vão desde condicionador sólido de manteiga de cupuaçu, séruns e tônicos faciais a base de flores, até desodorante natural com embalagem retornável, a empreendedora também cria conteúdos que provocam reflexões sobre a quantidade de lixo que uma simples rotina de cuidados com a pele pode gerar. 

  Consciente desse papel, Laura pontua que percebe o reflexo das práticas sustentáveis abordadas por meio da marca, na mudança de comportamento das pessoas que consomem os seus produtos.“Geralmente a maioria dos empreendimentos estimula o consumo desenfreado dos produtos, porém nas redes sociais, mas sempre buscamos dizer que menos é mais, então mostramos o que realmente é necessário para os cuidados da pele e cabelo, sem provocar nos clientes essa vontade de adquirir muitos produtos que muitas vezes são desnecessários e prejudiciais a pele assim como para o meio ambiente. Vejo esse reflexo de forma clara quando vou às feiras e ouço relatos do tipo “Nossa, antes eu comprava muitos produtos, hoje em dia uso poucos e minha pele é bem mais saudável”, revela.Ainda sobre esse processo de reeducação, cabe destacar que, no Brasil, os resíduos plásticos correspondem a 48,5% dos itens encontrados na costa brasileira, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Partindo deste ponto, empreender de forma sustentável também exige pensar em embalagens feitas de matérias primas alternativas ao plástico, uma vez que as gigantes da indústria da beleza, em boa parte, ainda condicionam seus produtos a embalagens plásticas, material pouco reciclável.Portanto, para trilhar o caminho da sustentabilidade, se destacar aos olhos de consumidores cada vez mais conscientes e conduzir outros para o mesmo lugar de consciência social e ambiental, marcas como o Eulauea buscam alternativas e estratégias menos danosas à natureza. “No Eulauea utilizamos apenas as embalagens de vidro que podem ser devolvidas, assim nós conseguimos reutilizar essas embalagens e o cliente também ganha desconto nesta devolução. Além disso, a maioria dos produtos são sólidos para também reduzir a utilização de mais embalagens. Esse é o modo que a gente utiliza para conduzir um consumo mais consciente”, explica.ALQUIMIAMoradora do bairro da Pedreira, Laura Fernandes destaca que encontrou nas ervas e óleos essenciais nativos da Amazônia os ingredientes que compõem suas alquimias. O sabonete íntimo comercializado, por exemplo, é composto por camomila, calêndula, barbatimão e glicerina vegetal. Já um dos séruns faciais disponíveis no catálogo digital, tem entre seus componentes óleo de andiroba, nativo da biodiversidade amazônica que se destaca por sua versatilidade podendo ser utilizado na medicina.O cupuaçu, está presente no condicionador sólido, assim como a manteiga do murumuru, frutas típicas da Amazônia. A copaíba também pode ser encontrada em óleos capilares de nutrição, tal como o cacau está em formulações de sabonetes e xampus sólidos da marca.Todos os produtos comercializados são livres de microplásticos, sulfatos, silicones, petrolatos e parabenos, substâncias tóxicas prejudiciais tanto ao organismo humano quanto ao meio ambiente. Ao tomar banho, por exemplo, após o enxágue as espumas e resíduos de sabonetes, shampoos e condicionadores escorrem pelo ralo do chuveiro e seguem o curso até os rios que banham a capital, contaminando a água, a vida marinha e até os oceanos.“No Eulauea geralmente não se utilizam produtos nocivos ou que podem causar alergia, como é o caso de alguns óleos essenciais, para poder serem consumidos por mais pessoas, além de não degradar a natureza. O que geralmente fazemos é testar os produtos por mais de uma semana e só após esse período lançamos para a venda”, pontua.Apesar de muito jovem, Laura entende a responsabilidade que empreendedores sustentáveis carregam não somente na elaboração dos produtos, mas também para que esse ‘futuro verde’ possa alcançar e ser acessível a mais pessoas.“Nós enquanto empreendedores do ramo temos uma grande responsabilidade acerca da produção desses produtos, mas também em como iremos direcioná-los. Vejo que muitas dessas produções ainda possuem um valor muito alto, o que acaba afastando grande parcela da população que não possui certo poder aquisitivo. Então, acredito que muitas pessoas estão interessadas em consumir produtos mais limpos, porém esse é o maior impedimento. Por isso, no Eulauea criamos produtos cada vez mais acessíveis, para que a população negra, principalmente, e com menor poder de compra tenha mais acesso a esses produtos”, ressalta.Para conhecer os produtos, veja o Instagram da loja: Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Cosméticos Naturais. (@eulauea)  

 

Fonte: DOL – Diário Online – Portal de NotÍcias 

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