domingo, novembro 24, 2024
24.4 C
Portel

Serasa: Pará tem 39,64% da população “no vermelho”

O atraso no pagamento das contas tem se tornado um problema crônico entre os brasileiros. Mesmo antes da crise causada pela pandemia de Covid o número de brasileiros inadimplentes já era alto. Para se ter uma ideia, em julho de 2022 já haviam 67,6 milhões de brasileiros devendo, número que já subiu para 71,4 milhões em julho desse ano ou 43,72% da população economicamente ativa. A inadimplência afeta todas as regiões do país e, de acordo com o último levantamento da Serasa feito nesse mesmo mês, no Pará 39,64% da população adulta está no vermelho, ficando na 21ª colocação no ranking dos Estados com a população que mais deve.Desenrola negocia R$ 12 bilhões em dívidas e terá nova fase
A economista e educadora Débora Gomes analisa que é preciso considerar nesses números que, devido a localização geográfica do nosso Estado, via de regra, o frete encarece os produtos que aqui chegam, contribuindo para um custo de vida mais elevado em algumas categorias de gastos. “Porém o paraense tem costumes de consumo, sobretudo na área alimentar, que o diferencia de outras naturalidades, como o consumo diário do açaí por grande parte das famílias paraenses, e que devido sua sazonalidade impacta diretamente no orçamento doméstico”, explica.Veja como se planejar para os gastos de fim de ano
Um outro aspecto cultural, segundo ela, é o Círio, considerado o segundo Natal dos paraenses. “Essa festa também que demanda um custo adicional de grande parcela da população, pois já é cultural realizar um farto almoço do Círio. Acredito que temos alguns aspectos culturais que influenciam relativamente no padrão de consumo do paraense”.
Grande parte do endividamento dos brasileiros está ligado as operadoras de cartão de crédito. Com o fácil acesso ao crédito através de bancos tradicionais, digitais e fintechs, e a falta de educação financeira tem colaborado para o crescimento da inadimplência. “Como um efeito dominó, problemas financeiros acarretam outros problemas na vida do endividado destacando-se a baixa produtividade no trabalho, baixa estima, brigas conjugais e crises de ansiedade. Estes últimos, consequentemente podem reduzir a imunidade do corpo e acarretar problemas na saúde física como a gastrite e emocional como a depressão”, destaca a economista Jaymara Kalb Tomiyoshi.Lula sanciona novo salário mínimo; veja quando irá valer
Ela lembra que o governo federal lançou o programa Desenrola Brasil, onde Instituições financeiras credenciadas pelo Banco Central, podem oferecer condições especiais para renegociações e pagamento de dívidas, visando assim limpar o nome dos que aderirem ao programa.
Além das políticas econômicas que promovem o crescimento de uma nação, a educação e o planejamento financeiro são pilares fundamentais para a redução da inadimplência no Brasil. “O planejamento financeiro ajuda e evitar dívidas excessivas, pagamento de juros desnecessários. Além de proporcionar um caminho claro para alcançar metas financeiras, como a compra de uma casa, a educação dos filhos, a aposentadoria confortável e a construção de um fundo de emergência” coloca.Ainda é possível realizar empréstimo do Bolsa Família?
Ao controlar despesas, economizar regularmente e investir com sabedoria, diz, as pessoas podem garantir um futuro mais seguro e tranquilo para si mesmas e suas famílias, “permitindo-lhes desfrutar da vida com mais confiança e segurança, sem endividamento e com mais qualidade de vida.
Jaymara, que é especialista em Planejamento Financeiro Pessoal e em Investimentos ressalta a importância de cuidar da saúde financeira, “pois o seu bolso impacta diretamente na sua qualidade de vida, sendo muito importante “manter o equilíbrio financeiro, vivendo o presente de forma equilibrada, mas sem esquecer de planejar o futuro’.
LISTAS
Analisando a questão psicológica dos gastos descontrolados, a também economista e educadora Débora Gomes, diz que é é preciso compreender os fatores emocionais que estão por trás dos nossos gastos. “Via de regra, nosso padrão de consumo está desalinhado com nossa renda e isso fatalmente nos leva ao desequilíbrio financeiro”, detalha.
Ela sugere que o trabalhador comece fazendo uma espécie de “raio X” das finanças, definindo um limite de gastos para as categorias de “despesas”, o que vai ajudar a não extrapolar o orçamento e a fazer compras mais sustentáveis. “Outro ponto é nunca sair de casa sem uma lista detalhada de compras, criando condição favorável para ter um consumo mais responsável. Também faça pesquisas de preços, procure ofertas, peça descontos, às vezes o mesmo estabelecimento, em decorrência da localização, tem preços diferentes”
Débora cita que é importante avaliar que, às vezes, pagar um pouco mais por produtos de melhor qualidade, pode resultar em economia a longo prazo, tendo em vista que se substituições frequentes. “Um ótimo aliado é definir as prioridades pessoais, o que vai dificultar a fazer gastos com itens que não contribuam para atingir os objetivos financeiros planejados. È vital evitar fazer compras quando estiver com alguma instabilidade emocional. Pessoas ansiosas, tristes, eufóricas tendem a fazer compras impulsivas, como forma de recompensa e alivio do estresse”.
Segundo ela o uso indiscriminado e de certa forma irresponsável do cartão de crédito é um dos grandes vilões dos gastos desnecessários. A falsa sensação de “endinheirado(a)” que o cartão provoca, contribui em grande medida para o endividamento da população;
Nesse seara dos vilões de consumos, as compras impulsivas, sem planejamento, sem reflexão, sem pesquisa, muitas vezes influenciadas por emoções, mídias digitais ou pressão social, também são responsáveis pelo desequilíbrio orçamentário vivido por grande parte das famílias;
“A falta de um orçamento e de clareza é um outro fator que contribui para compras desnecessárias e gastos exacerbados, pois se você não estabelece previamente quanto pode gastar, fatalmente não terá como controlar”, completa.
Dicas para organizar as finanças de forma sustentável:
Conheça as suas fontes de renda
Parece simples, mas muitas pessoas não sabem quanto realmente ganham. Muitos empreendedores misturam as contas da empresa com as despesas pessoais, comprometendo o fluxo de caixa e o crescimento do seu negócio;
Conheça as suas despesas
Utilize um bloco de anotação, aplicativo ou planilha para anotar suas despesas. As despesas podem ser fixas (que são aquelas que ocorrem todo o mês, como por exemplo: aluguel, escola, parcela de empréstimos) e as variáveis (aquelas que oscilam a cada mês, despesas que não são recorrentes);
Adeque seu estilo de vida com o seu fluxo de caixa
O orçamento financeiro é simples: basta fazer uma continha matemática. Ou seja, diminuir do total que recebe o total das despesas. Se o resultado for positivo, maravilha! Mas se for negativo, você já faz parte dos mais de 71 milhões de brasileiros inadimplentes, ou está no caminho para se tornar um… cuidado! É necessário adequar seu estilo de vida com a sua realidade;
Tenha um diálogo aberto em casa sobre dinheiro
Em muitas famílias por questões culturais, falar abertamente sobre dinheiro é um problema. É muito importante que nos relacionamentos as pessoas saibam quais são os sonhos e a realidade financeira uma da outra. Só assim haverá um ambiente equilibrado onde todos conhecem a realidade e podem ajudar a melhorar o cenário e atingir objetivos;
Adote o consumo consciente
Lembre-se que comprar sem necessidade além de prejudicar seu bolso, gera impactos negativos ao meio ambiente. Então aplique sempre as 3 perguntas mágicas antes de fazer qualquer compra. ‘Eu quero? Eu preciso? Eu posso?’ Se a resposta for não para qualquer uma dessas perguntas, não compre!
Limpe seu nome
Se você está entre os 71 milhões de brasileiros inadimplentes, busque a regularização imediata. Comece pelas dívidas que possuem maiores taxas de juros, como por exemplo o rotativo do cartão de crédito. A Serasa possui programas de renegociação de dívidas com várias empresas parceiras cadastradas, basta acessar o site https://www.serasa.com.br/limpa-nome-online/ e consultar pelo seu CPF;
Tenha uma “reserva de tranquilidade”
Uma vida financeira saudável é aquela em que você consegue honrar seus compromissos e ter condições de pagar despesas inesperadas. Imagine você com todo o seu salário comprometido em parcelas e… de repente alguém da família fica doente e precisa gastar com remédios, ou a geladeira estraga e precisa consertar! Estas despesas não estavam no planejamento, mas para quem tem uma “reserva de tranquilidade” também conhecida como reserva de emergência, resolverá o problema sem se endividar ou perder noites de sono;
Tenha sonhos e transforme-os em planos e metas
A vida não foi feita só para pagar boletos! Coloque seus sonhos no papel, trace planos e estabeleça metas para atingi-los. Quem não sabe o que quer, acaba gastando todo seu dinheiro em bens ou serviços que não lhe trarão contentamento. Quando há metas, você foca no que é importante e consequentemente terá escolhas mais acertadas na busca de seus objetivos;
Faça o dinheiro trabalhar para você
Os juros podem ser seu pior inimigo ou seu melhor amigo. Estar endividado faz com que os juros acabem com o seu dinheiro, te privando de muitas coisas, pois no final do mês não sobra nada. A pessoa que tem educação financeira usa as taxas de juros ao seu favor, recebendo juros e fazendo com que o seu capital só aumente.
Cuide da saúde do seu bolso
Assim como existe o médico que cuida da saúde física e o psicólogo da saúde emocional, um especialista em planejamento financeiro pode te orientar a cuidar melhor sua saúde financeira. Este profissional pode te ajudar a se organizar, planejar, criar estratégias para sair das dívidas, além de te ensinar a investir para fazer seu patrimônio crescer e te ajudar a realizar seus sonhos.

Fonte: DOL – Diário Online – Portal de NotÍcias 

DEIXE AQUI SEU COMENTÁRIO
📢 Quer ficar por dentro das últimas notícias em primeira mão? Não perca tempo! Junte-se ao nosso canal no WhatsApp e esteja sempre informado. Clique no link abaixo para se inscrever agora mesmo:
- Publicidade -spot_img
- Publicidade -spot_img

Últimas notícias

Acessibilidade